O BRASIL PRECISA DEFINIR UMA ESTRATÉGIA PARA O COMERCIO EXTERIOR
Estados Unidos e mais 11 países responsáveis por 40% do comercio global fecharam a parceria transpacífico (em inglês, TPP) que irá reduzir barreiras comerciais de bens e serviços, prevenir tráfico e combater crimes ambientais. O acordo, resultado em quase 8 anos de negociação, envolve EUA, Canadá, México, Peru, Chile, Vietnã, Japão, Cingapura, Brunei, Malásia, Austrália e Nova Zelândia . É o maior acordo comercial regional da história e pode influenciar o custo de produção e remodelar industriais. Essa parceria pode vir a ser modelo para futuros acordos no comércio internacional, esperando-se que venha a ser ratificada pelo congresso dos países membro. Se aprovado pelo congresso norte-americano, marcará a efetiva expansão do Nafta ( Acordo de Livre Comercio da América do Norte ).
O acordo prevê regras uniformes
de propriedade intelectual e apresenta questões fundamentai para as montadoras
e indústrias farmacêuticas. Entre os itens discutidos na fase final do acordo
está a manutenção de proteções comerciais para fabricantes de remédios
avançados, a derrubada de barreiras nos mercados da laticínios e açúcar e a
queda gradual de impostos de importações para carros japoneses vendidos na
America do Norte. O acordo é considerado um grande feito do presidente
Americano, Barack Obama, e será o seu grande legado para o comercio
internacional. Porém, Obama vai enfrentar sérios desafios para aprovação do
acordo, pois o congresso americano encontra-se divido.
O Brasil já encontra-se isolado
por ter concentrado suas negociações com países da África e America do Sul. Todavia,
essa expansão da negociação internacional deverá tornar nossa produção menos
competitiva isolando-nos ainda mai. De imediato, o acordo deve gerar desvios do
comércio brasileiro, principalmente nos setores de manufaturados, mas também no
agronegócio.
A partir de agora, todas as
negociações realizadas pelos países participantes terá como referencia as novas
regras, das quais o Brasil não faz parte. O acordo representa uma mudança
completa nas transações e nos trás uma urgência de discussões de alternativas para
o setor privado sobre a necessidade de uma maior inserção no comercio internacional.
Os países envolvidos iram realizar troca de
mercadorias sem taxação de impostos, tornando nossas mercadorias ainda mais
caras e sem competitividade, mesmo com o cambio favorável às exportações.
Segundo previsões o país deverá ter um superávit na balança de pagamentos, mas
o mesmo será negativo, pois virá das quedas das importações e não do aumento
das exportações.
Para a economista Mônica de
Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, com sede
em Washington, “A nova realidade mundial são os mega-acordos comerciais. Ficar
de fora não é a solução, porque todos os países estão caminhando nessa direção.”
O Ministro do desenvolvimento,
Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro, acredita a criação da TPP
acelere negociações entre o Mercosul e a União Europeia, pois considera que os europeus
precisam fortalecer o eixo com a America do Sul. Segundo o ministro, a troca de
proposta deverá ocorrer até o inicio de novembro. Recentemente representantes
do Mercosul e União Europeia encontraram-se no Paraguai para acertar os últimos
detalhes.
O Brasil precisa acelerar as
negociações com o resto do mundo, pois estamos ficando para trás, isolados com
o Mercosul. Precisamos definir uma estratégia para o comercio internacional. Além
do acordo com a União Europeia o Brasil precisa se aproxima de mais países,
para minimizar os prejuízos que a TPP pode causar.
Segundo O Professor da
Universidade de Brasília Argemiro Procópio Filho “O Brasil já tem muitos acordos
com a União Europeia. O problema é a implementação Acordo de intenção a gente
já tem demais. É com lembrar também que a implementação de acordos é feita sob
o guarda-chuva do Mercosul e, por isso, estão muito divagar.”
A TPP servirá como um alerta ao
Brasil, que precisa repensar com urgência sua política comercial com o resto do mundo, pois estamos
ficando para trás nas negociações internacionais e, consequentemente, trazendo cadê
vez mais incerteza para o setor privado da economia.
Fontes: Jornal do Comercio RS - edição 06/10/2015
http://www.jcom.com.br/noticia/153209/Com_tratado_transpacifico_Mercosul_e_Europa_podem_acelerar_acordo
http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-10-06-TPP-o-acordo-entre-12-paises-que-vai-mudar-as-regras-globais
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