quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O BRASIL PRECISA DEFINIR UMA ESTRATÉGIA PARA O COMERCIO EXTERIOR


Estados Unidos e mais 11 países responsáveis por 40% do comercio global fecharam a parceria transpacífico (em inglês, TPP) que irá reduzir barreiras comerciais de bens e serviços, prevenir tráfico e combater crimes ambientais. O acordo, resultado em quase 8 anos de negociação, envolve EUA, Canadá, México, Peru, Chile, Vietnã, Japão, Cingapura, Brunei, Malásia, Austrália e Nova Zelândia . É o maior acordo comercial regional da história e pode influenciar o custo de produção e remodelar industriais. Essa parceria pode vir a ser modelo para futuros acordos no comércio internacional, esperando-se que venha a ser ratificada pelo congresso dos países membro.  Se aprovado pelo congresso norte-americano, marcará a efetiva expansão do Nafta ( Acordo de Livre Comercio da América do Norte ).

O acordo prevê regras uniformes de propriedade intelectual e apresenta questões fundamentai para as montadoras e indústrias farmacêuticas. Entre os itens discutidos na fase final do acordo está a manutenção de proteções comerciais para fabricantes de remédios avançados, a derrubada de barreiras nos mercados da laticínios e açúcar e a queda gradual de impostos de importações para carros japoneses vendidos na America do Norte. O acordo é considerado um grande feito do presidente Americano, Barack Obama, e será o seu grande legado para o comercio internacional. Porém, Obama vai enfrentar sérios desafios para aprovação do acordo, pois o congresso americano encontra-se divido.

O Brasil já encontra-se isolado por ter concentrado suas negociações com países da África e America do Sul. Todavia, essa expansão da negociação internacional deverá tornar nossa produção menos competitiva isolando-nos ainda mai. De imediato, o acordo deve gerar desvios do comércio brasileiro, principalmente nos setores de manufaturados, mas também no agronegócio.

A partir de agora, todas as negociações realizadas pelos países participantes terá como referencia as novas regras, das quais o Brasil não faz parte. O acordo representa uma mudança completa nas transações e nos trás uma urgência de discussões de alternativas para o setor privado sobre a necessidade de uma maior inserção no comercio internacional.

 Os países envolvidos iram realizar troca de mercadorias sem taxação de impostos, tornando nossas mercadorias ainda mais caras e sem competitividade, mesmo com o cambio favorável às exportações. Segundo previsões o país deverá ter um superávit na balança de pagamentos, mas o mesmo será negativo, pois virá das quedas das importações e não do aumento das exportações.

Para a economista Mônica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, com sede em Washington, “A nova realidade mundial são os mega-acordos comerciais. Ficar de fora não é a solução, porque todos os países estão caminhando nessa direção.”

O Ministro do desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro, acredita a criação da TPP acelere negociações entre o Mercosul e a União Europeia, pois considera que os europeus precisam fortalecer o eixo com a America do Sul. Segundo o ministro, a troca de proposta deverá ocorrer até o inicio de novembro. Recentemente representantes do Mercosul e União Europeia encontraram-se no Paraguai para acertar os últimos detalhes.

O Brasil precisa acelerar as negociações com o resto do mundo, pois estamos ficando para trás, isolados com o Mercosul. Precisamos definir uma estratégia para o comercio internacional. Além do acordo com a União Europeia o Brasil precisa se aproxima de mais países, para minimizar os prejuízos que a TPP pode causar.  

Segundo O Professor da Universidade de Brasília Argemiro Procópio Filho “O Brasil já tem muitos acordos com a União Europeia. O problema é a implementação Acordo de intenção a gente já tem demais. É com lembrar também que a implementação de acordos é feita sob o guarda-chuva do Mercosul e, por isso, estão muito divagar.”

A TPP servirá como um alerta ao Brasil, que precisa repensar com urgência sua política comercial com o resto do mundo, pois estamos ficando para trás nas negociações internacionais e, consequentemente, trazendo cadê vez mais incerteza para o setor privado da economia. 

Fontes: Jornal do Comercio RS - edição 06/10/2015
http://www.jcom.com.br/noticia/153209/Com_tratado_transpacifico_Mercosul_e_Europa_podem_acelerar_acordo
http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-10-06-TPP-o-acordo-entre-12-paises-que-vai-mudar-as-regras-globais

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